terça-feira, 12 de julho de 2016

Fazendo listas de observações de aves


    A primeira lista de aves que eu fiz foi em companhia de um observador mais experiente, o Sidnei Dantas. Isso foi no ano de 2002. A segunda lista já fiz só e com bem menos espécies. De lá para cá alguns nomes científicos que soavam tão estranhos passaram a ser familiares. As pronúncias de alguns nomes sempre estarão confusas devido às propriedades do latim.

   Livros e guias de campo sempre serão necessários apesar das facilidades da internet. As primeiras listas elaboradas sem auxílio de alguém sempre deixavam algumas espécies de fora, que eu não conseguia identificar.
 Comecei pelas praças da cidade, estavam sempre presentes pombo-doméstico, pardal, rouxinol, bem-te-vi, andorinha-do-rio, urubu-de-cabeça-preta, sebito ou cambacica, beija-flor-de-banda-branca. Sim, sempre nomes populares ou vernaculares, ainda não tinha certo domínio dos nomes científicos. Mas tinha o Sick (Ornitologia Brasileira, Helmut Sick 1997) que ajudava bastante e na hora de passar para o caderno estava sempre lá. Ninguém nasce sabendo todos os nomes e aos poucos os mais comuns vieram acompanhados de espécies mais difíceis de serem vistas, isso mesmo! Por que quando se diz observação de aves, algumas nós só ouvimos o canto como sinal da sua presença. E aí começava outra etapa, conhecer as vocalizações, os cantos, os chamados, os gritos de alerta e as variações. Adquiri um gravador cassete pequeno e comecei a gravar os cantos. Ajudava a confirmar os registros e tirar dúvidas.
   Hoje em dia listas são confeccionadas com a ajuda de plataformas como taxeus e e-bird, ferramentas que estimulam uma certa competitividade criando ranking de locais, municípios e observadores e ao mesmo tempo sendo um banco de dados importante na conservação. Outros como o wikiaves que como proposta inicial tem o registro fotográfico e o registro sonoro também possuem a lista dos estados e municípios brasileiros onde foram feitos os registros. O xenocanto, como banco de dados sonoro, sempre ajudou na identificação e é uma referência até hoje. Mas uma coisa também sempre é necessário reforçar, a presença de alguém mais experiente. Pois não adianta ir para o melhor lugar do mundo para observar aves sem conhecimento das espécies, sem uma pesquisa prévia e sem ao menos uma pessoa que saiba os nomes locais das espécies. O resultado pode ser frustrante, você ouvir ou até mesmo visualizar determinada ave e não conseguir identificá-la.


Mauricio Periquito

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