DESCOBERTA Morador do bairro do Sancho, Zona Oeste do
Recife, encontrou a casa metálica do curutié, uma ave que come insetos e vive
perto das matas da área
No lugar de
gravetos, arames. É assim o ninho de curutié, um passarinho que se alimenta de
insetos e vive perto de áreas alagadas, encontrado no bairro do Sancho, Zona
Oeste do Recife. Um morador do lugar entregou o achado ao ornitólogo Glauco
Alves Pereira, que publicou um artigo científico sobre a casa metálica da ave.
Segundo o
pesquisador, o ninho tem arame farpado, pregos, parafuso, clipes e até
eletrodos. Pesando 2,3 quilos, caiu já vazio da mangueira onde foi construído
pela fêmea de curutié, também conhecido como corruíra-do-brejo.
Não foi por falta de vegetação, na opinião de Glauco, que o pássaro fez seu ninho de metal. “O lugar fica ao lado da Mata do Curado. Na verdade, foi por a fartura e facilidade de outros materiais, que não são gravetos.”
Como Glauco, ligado à ONG Observadores de Aves de Pernambuco (OAP), sabe que o ninho é de um curutié, se estava vazio quando tombou da mangueira? “Os ninhos desses pássaros são tão característicos que podem ser utilizados como padrão taxonômico (de identificação de espécies)”, responde.
Os curutiés são
encontrados em quase todo o Brasil, sendo comum em cidades, onde nidifica em
áreas próximas de rios e córregos. O ninho, de acordo com o Glauco, foi
localizado em novembro de 2010, quando tombou, provavelmente por causa do peso,
de uma altura de sete metros. Depois de estudá-lo, o pesquisador o doou à
coleção ornitológica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Mesmo feito de metal, o ninho conta com material fofo, no interior. Uma entrada de4,5 centímetros de
diâmetro permitia a passagem da ave. “A entrada do túnel é circundada por
gravetos de madeira”, descreve Glauco.
Na parte de cima, um ninho menor – em forma de taça – está forrado por talos de gramíneas secas com sementes. “Provavelmente essa era uma entrada falsa do curutié, que, com o abandono do ninho, foi ocupado por uma segunda ave espécie.”
Outro detalhe que chamou a atenção do especialista em aves foi a disposição dos arames. “Estão meticulosamente sobrepostos, sendo quase impossível retirá-los e colocá-los novamente na mesma posição”, detalha. Para Glauco, os metais mais flexíveis devem ter sido retorcidos com o bico para ajudar a fixar mais o emaranhado.
Além de metais, há outros elementos, mas em menor proporção. “Gravetos de madeira, hastes plásticas de pirulitos, fragmentos de panos, gramíneas secas e penas”, cita o pesquisador. Segundo ele, na área onde o ninho foi encontrado existem vários imóveis. “São muitos os materiais metálicos disponíveis no lugar”.
O ornitólogo não considera esse o primeiro ninho metálico de curutié. Há registros de 1960, 1980 e 2003. “A espécie deve estar repassando aos indivíduos mais jovens”, infere.
Fonte: Jornal do Commercio
Publicado no dia 13 de Maio de 2012

Não foi por falta de vegetação, na opinião de Glauco, que o pássaro fez seu ninho de metal. “O lugar fica ao lado da Mata do Curado. Na verdade, foi por a fartura e facilidade de outros materiais, que não são gravetos.”
Como Glauco, ligado à ONG Observadores de Aves de Pernambuco (OAP), sabe que o ninho é de um curutié, se estava vazio quando tombou da mangueira? “Os ninhos desses pássaros são tão característicos que podem ser utilizados como padrão taxonômico (de identificação de espécies)”, responde.

Mesmo feito de metal, o ninho conta com material fofo, no interior. Uma entrada de
Na parte de cima, um ninho menor – em forma de taça – está forrado por talos de gramíneas secas com sementes. “Provavelmente essa era uma entrada falsa do curutié, que, com o abandono do ninho, foi ocupado por uma segunda ave espécie.”
Outro detalhe que chamou a atenção do especialista em aves foi a disposição dos arames. “Estão meticulosamente sobrepostos, sendo quase impossível retirá-los e colocá-los novamente na mesma posição”, detalha. Para Glauco, os metais mais flexíveis devem ter sido retorcidos com o bico para ajudar a fixar mais o emaranhado.
Além de metais, há outros elementos, mas em menor proporção. “Gravetos de madeira, hastes plásticas de pirulitos, fragmentos de panos, gramíneas secas e penas”, cita o pesquisador. Segundo ele, na área onde o ninho foi encontrado existem vários imóveis. “São muitos os materiais metálicos disponíveis no lugar”.
O ornitólogo não considera esse o primeiro ninho metálico de curutié. Há registros de 1960, 1980 e 2003. “A espécie deve estar repassando aos indivíduos mais jovens”, infere.
Fonte: Jornal do Commercio
Publicado no dia 13 de Maio de 2012
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