quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

HISTÓRIA DA ORNITOLOGIA EM PERNAMBUCO

    O primeiro registro de aves para o Brasil data do ano de 1500, na carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal, Dom Manuel, onde mencionava aves chamadas de "furabuchos" e algumas outras como araras, papagaios e pombas (Pinto, 1942). 
     Para o Nordeste do Brasil, destaca-se "Do clima e terra do Brasil", obra do Padre português Fernão Cardim, que chegou ao país em 1583, sendo o primeiro a descrever a avifauna do litoral nordestino. Ambrósio Fernandes Brandão, português que residiu em Pernambuco, em 1618, ocupou-se da composição do livro Diálogo das grandezas do Brasil, onde descreveu hábitos de algumas espécies de aves (Pinto, 1979). Durante a ocupação dos holandeses no Nordeste do Brasil, alguns naturalistas e pintores da corte do Príncipe Maurício de Nassau registraram e descreveram valiosas informações sobre a fauna neotropical. Destacou-se o naturalista alemão George MarcGrave, que chegou ao Brasil em 1636 (Ihering, 1914) e realizou expedições a Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, resultando na obra Historia rerum naturalium Brasilae (Paiva, 1987), onde no seu livro quinto, descreveu 174 espécies de aves, 149 das quais foram identificadas (Orem, 1990). Em 1816, o naturalista inglês William Swainson chegou a Pernambuco e foi até a Bahia coletando material científico, deixando-nos uma iconografia denominada Birds of Brazil. 
    Trabalhos exclusivos de levantamento de aves para Pernambuco iniciaram-se a partir de 1881, através do anatomista britânico William H. Forbes, que catalogou 116 espécies. Nos anos de 1892 a 1893, o entomologista francês Edmond Gounelli trabalhou em Pernambuco, registrando beija-flores (Sick, 1985). Em 1903, Otmar Reiser e Robert, montaram coleções com exemplares oriundos de Recife, São Lourenço e Petrolina e durante os anos de 1926 a 1931, Emil Kaempfer, coletor alemão, montou uma grande coleção para o Museu Americano de História Natural. Em 1933, o Professor Theodoro Kadletz, catedrático alemão do Ginásio Pernambucano, publicou um catálogo sobre aves do Estado. Elsie M. B. Naumburg, em 1939, publicou trabalhos a respeito das viagens e coleções de Emil Kaempfer. Grande contribuição deu Olivério Pinto (Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo), que, em 1940, publicou Aves de Pernambuco, registrando 212 espécies. Herbert Berla, em 1946, veio a Pernambuco representando o Museu Nacional do Rio de Janeiro e assinalou 161 espécies de aves. John Zimmer, em 1947, e Donald Lamm, em 1948, publicaram algumas notas sobre as aves pernambucanas. Referidos trabalhos no entanto só se limitavam à observação de campo e coleta de espécimes para coleção. Trabalhos de marcação de aves com anéis metálicos (anilhamento) iniciaram-se no Estado de Pernambuco na Estação Ecológica do Tapacurá (município de São Lourenço da Mata), pelo norte-americano Thomas Gula, em 1978. Pode-se registrar outros programas de marcação por intermédio do ornitólogo do Departamento de Zoologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Artur Galileu de Miranda Coelho na Reserva Biológica de Saltinho (Rio Formoso) e na Serra dos Cavalos (Caruaru) e por Severino Mendes de Azevedo Júnior, principalmente na Coroa do Avião em Itamaracá (Azevedo Júnior, 1988). 
    Em 1986, é criado o grupo OAP (Observadores de Aves de Pernambuco) por Manoel Toscano de Britto e Gustavo Pacheco constituindo-se no primeiro grupo amador de observadores de aves em Pernambuco, com os objetivos de fazer o levantamento da avifauna em várias regiões do Estado e de popularizar a ornitologia.

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