sábado, 21 de abril de 2012

PESQUISA REVELA O CARDÁPIO DOS BICHOS

JARDIM BOTÂNICO Os 90 tipos de aves do local, que ocupa uma área de 25 hectares, se alimentam, na maioria, de insetos e aranhas. Há ainda os que comem animais vivos e mortos

           Com 25 hectares, o Jardim Botânico do Recife abriga 90 tipos de aves, conforme pesquisa concluída recentemente. Em todo o Estado, são 535. Além de identificar as espécies, os pesquisadores registraram no estado de que elas se alimentam. A maioria come insetos e outros artrópodes, como aranhas.
          Há  ainda as que comem frutos, grãos, néctar, animais mortos, animais vivos e as que engolem todo tipo de comida, ou seja, assim como os seres humanos em geral, são onívoras.
         O resultado do levantamento preocupa o ornitólogo Glauco Alves Pereira, um dos autores de artigo publicado no fim do ano passado, na revista cientifica Atualidades Ornitológicas. É que são os insetívoros os primeiros a desaparecer quando ocorre a fragmentação da floresta.
          "Os insetívoros possuem pouca capacidade de dispersão em áreas mais abertas e iluminadas", justifica Glauco. Já os frugívoros se dispersam com mais facilidade, deslocando-se entre fragmentos próximos à procura de alimento.
         Entre as aves que o Jardim Botânico abriga, há três espécies ameaçadas de extinção: o pica-pau-anão-de-pintas-amarelas, o bico-virado-miúdo e o apuim-de-cauda-amarela. A pesquisa revelou ainda aves exóticas, isto é, originárias de outros países, como a garça-vaqueira e o pardal.
       "O bico-virado-miúdo foi encontrada em apenas duas ocasiões enquanto forrageava entre os galhos de uma árvore, e aparenta ser mais exigente quanto à qualidade do ambiente, apesar de ter sido registrada em pequenos fragmentos da floresta atlântica nordestina", diz o estudo.
          Localizado no Curado, Zona Oeste, o lugar é uma das 21 unidades de conservação municipais, que ocupam 30,7% dos 220 quilômetros quadrados do Recife. Criado em 1979, conta com 10,72 hectares de Mata Atlântica e 15 hectares com gramíneas e vegetação nativa em regeneração.
          O Jardim Botânico funciona como elo entre outros remanescentes da Mata Atlântica da cidade, permitindo que as aves se desloquem, contribuindo para a variabilidade genética. Segundo os pesquisadores, as que se alimentam de insetos e de néctar são as que realizam voos mais longos, durante os períodos de frutificação e floração. 
       Para garantir a variabilidade genética de aves insetívoras do Jardim Botânico, os ornitólogos propõem s interligação dessa floresta urbana com a Mata do Curado, que fica próximo.

Fonte: Jornal do Commercio      
Publicado no dia 21 de Abril de 2012.

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